Você pode ouvir a versão em áudio desta edição aqui:
Minha vida seria mais fácil se eu aceitasse que sou lenta ao escrever. Devagar para um sistema capitalista acelerado, no qual a minha arte termina como um produto para ser consumido rapidamente. Afinal, não escrevo livros “difíceis”. Nunca nem tive essa pretensão.
Há muito tempo decidi contar histórias que abraçam o leitor. Por ironia, já recebi mais de um comentário sobre como choraram lendo algo meu, mas isso é só para lembrar que não temos controle de como nossas obras serão recebidas.
Digo isso para explicar que aceitei minha voz como escritora. Meus livros vão ser muito comerciais para quem curte Carla Madeira e, talvez, caiam em um paradoxo por também não serem exatamente como o último best-seller pop topo das paradas.
Vou mencionar de novo a edição do Encruza sobre sucesso, porque foi onde vi essa citação do David Lynch (e obrigada, Eric, por alugar um triplex na minha cabeça):
Você é um tremendo sortudo por gostar de coisas que são populares.
Fiquei pensando nisso, nas autoras que me levaram a escrever. São populares, sim: Jane Austen, Anne Rice, Donna Tartt, Gillian Flynn, entre outras que se tornaram inomináveis devido às polêmicas. Vou amar para sempre as Brumas de Avalon, inclusive minha primeira romantasia que vem aí nasceu desse afeto lá em 2018, porém é melhor manter distância de quem as escreveu.
Desses nomes, a que tem mais livros é Anne Rice. Queria ser assim, tipo Stephen King ou Brandon Sanderson, uma máquina de escrever. Só que não vivo da minha escrita, tenho demandas e, vendo minhas influências, percebo que a maioria aparece com um livro a cada dez anos.
Me sinto sortuda e azarada ao mesmo tempo. Gosto de coisas populares, mas as histórias que escrevo parecem estar em itálico quando deveriam vir em negrito. Sinto um descompasso em várias partes da vida, então nem surpreende que sinta na escrita também. O meu ritmo nunca foi o mesmo que o dos outros. Estou em processo de fazer as pazes com isso.
Ainda no tema, mas nem tanto
Tenho a primeira versão de um spin off de Noites de Insônia, um reconto vampiresco em planejamento e aquele livro da floresta mágica andando a passos de tartaruga. Não tenho ideia de quando vai ser possível publicar qualquer um deles, por isso, trouxe esse assunto para cá. Como já comentei por aqui, a comparação é uma morte, e eu percebi que estava caindo nessa armadilha de novo.
Todavia, se tudo estiver certo, já estou divulgando minha romantasia nas outras redes. Ela vai sair no fim de Outubro, será minha filha escorpiana. A sigla aRdDR significa algo para você? Comenta aqui!
Por hoje é só
Se tudo estiver dando errado, me manda um abraço, pois devo precisar. Agradeço a todos vocês por me acompanharem nesta aventura.
Até a próxima!
gosto da escrita no estilo viagem longa de carro: fazer com calma e aproveitando toda a paisagem do trajeto. nesse caminho a gente descobre muita coisa legal 💖